sexta-feira, 19 de agosto de 2022
Quando a esperança te abraça
Estava à esquina da boa fase da vida, sentia. Restavam alguns poucos passos para uma era de regozijo. Ah! Nenhuma preocupação. Nenhum problema. Em breve, não iria mais reconhecer o gosto amargo do sufoco. Em breve, esqueceria que um dia viveu algum momento sem o som de música, risadas e estalidos do sonho. O sono seria vibrante. A comida seria fervorosa. Até mesmo a água estaria em pé de igualdade com sua clareza. Tudo seria leve. Tudo seria livre. Paz mental por paz de espírito, numa escalada de bel-prazeres infinitos, sem enfastiar, sem nausear, sem privações.
Sim, estava logo ali. Pertinho. A uma esticada de braço, a um passo mais alargado. Sentia seu calor lhe cercando, sentia a doçura do seu aconchego. Estava se avizinhando, tão próximo que conseguia entender suas nuances tão secretas, tão distintas, tão… Desejadas.
Tinha certeza de sua adjacência. Durava dias, mas a sentia no hoje. Durava meses, mas a convidava para participar do seu cotidiano.
Durava anos, mas a apresentava como sua melhor notícia. Sua melhor amiga.
Sua parte perdida.
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