Eu tenho tido esse anseio de escrever. É fascinante. É uma sede, uma fome - quase insaciável, absolutamente irrefreável. Algo que só sentia na adolescência, quando as palavras eram meu abrigo de dias de bullying e racismo. Eram meu mundo encantado, onde eu era a rainha e tudo era possível. Quando eu estava feliz, eu usava essa felicidade como argila para moldar as linhas - da mesma maneira que, quando eu estava triste, a tristeza era derramada no papel, abundantemente. O importante era ser eu por eu mesma, sem nenhum filtro. E desta maneira, eu era livre.
Livre. Eu me sinto assim: livre.
Livre de interpretações sobre minha vida, livre de apontamentos, de expectativas. Livre do ontem e do amanhã. Livre de preocupações. Um longo e duradouro Hakuna Matata. Carpe Diem, folks! Quase nada mais me tira o sono, a risada e o foco. Eu rompi com a jornada emocional e apenas estou fluindo da melhor maneira que sou. Olho pra mim e digo: e aí, Rebs, cê tá boa, irmã? Sorrio mais do que o costume. É natural. É meu. Sou eu, sendo eu mesma.
Aí então escrevo. Às vezes nasce poesia, às vezes prosa. Algumas vezes, apenas um leve traçado. E aceito. E amo. Porque é uma afirmação de tudo que sinto. E sou.
Ser o que se é.
E escrever é o que sou. Sempre fui. Sempre serei.
Oxalá.