sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Segundos, minutos, dias envelhecidos.

 Demora, mas a gente aceita. Pelo menos, a maioria de nós.

Aceitamos que no fim, a vida passa e acontece o inevitável: nós envelhecemos. Não ficamos ultra idosos da noite pro dia, mas de repente percebemos que o corpo já não é mais jovem como antes, os interesses já não são os mesmos, o que nos é importante acaba sendo substituído por algo que realmente importa. 

Não acho nada de mais em envelhecer. Faz parte do ciclo da vida. Eu tenho dificuldade apenas em lidar com os percalços do caminho, que muitas vezes os desconheço. Tenho imensa dificuldade em perceber que pertenço a certos lugares - embora a maior parte eu me vejo não pertencendo, e isto, em particular,  é o que me machuca mais, confesso. 

Muitas vezes os ambientes são mais jovens do que eu. São desta nova era e meu molde é antigo, não me encaixo e logo me vejo buscando um novo local de pertencimento.

Um dia foram os eventos de anime/games, outro as publishers, outra vez foi as gaming lans, outra foi João Pessoa, outro dia foram os grupos de mães do Facebook e, agora, os esports (de novo), acabando em outro coração partido. Me dei conta que eu amo mais o conceito do que a prática, e cá estou, novamente, sem abrigo.

Porque a fase passou. Talvez tenha amadurecido ou amado de menos. Não importa. Algo mudou, estou cada vez mais próxima dos 40 do que dos 30, muito diferente da maioria das pessoas que me acompanhou até aqui, e é hora de seguir para uma nova aventura.

Gosto de desafios, mas ao mesmo tempo, fico esperando ter, mais uma vez, aquela sensação de pertencimento.

Ela me embriaga de expectativas. De sonhos. De reciprocidade.

Talvez seja eu, sendo velha pro mundo novo.

Ou talvez apenas não tenha ainda encontrado o meu lugar.

Seja como for, vou continuar procurando. É a jornada que conta, dizem. Talvez. Mas estarei sedenta pra saborear o doce gosto da paz interior.

Que ela sinta meu cheiro e me deixe entrar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário